Com características exclusivas do gênero (ação), não seria possível imaginar que um filme com tanto corre-corre e perseguição poderia oferecer crítica ao modelo atual, futurista, real e ficcional da sociedade capitalista. Pois bem, ''O Preço do Amanhã'' é esse tipo de filme que surpreende, até mesmo, quem não compartilha de produções como mero entretenimento e de histórias envolvidas por tiros e explosões.
A aparente crítica feita ao sistema capitalista, coloca o espectador - do começo ao fim do filme - em questionamento com as diferenças sociais, com as posições econômicas, as desigualdades, o status, a divisão de classes e sobretudo estimula uma reflexão (embora passiva) em torno do poder e do dinheiro. Dinheiro, que nesse contexto é tempo. E tempo é dinheiro... Literalmente!
Mas, O Preço do Amanhã também é capaz de agradar por sua criatividade. Apesar de utilizar ferramentas cinematográficas e conteúdos repetitivos (carrões, armas, luxo, tempo esgotando, confissões amorosas em situações de perigo), não há dúvidas quanto algumas inovações, bem como a participação inquestionável de ''Amanda Seyfried'' que consegue agradar em qualquer produção ou gênero.
Dessa vez, surge moderna e com pouca inocência, mas sem deixar de ser romântica como a doce Sophie de ''Cartas para Julieta'' e sem perder a sensualidade como Chloe de ''O Preço da Traição''. Justin Timberlake mantém o nível como um dos poucos cantores/cantoras que atuam agradavelmente. Vivendo um trabalhador indignado com as condições sociais e que luta pela sobrevivência, incluindo a própria mãe, pode se dizer que Timberlake acerta mais uma vez no personagem e na interpretação.
O filme traz também Cillian Murphy, Olivia Wilde, Matthew Bomer e Vicent Kartheiser. Com direção de Andrew Niccol (O Senhor das Armas, O Terminal), O Preço do Amanhã consegue ir além do entretenimento e da diversão. Incrivelmente, sabe discutir o assunto em questão: ''é roubo se ja foi roubado?''
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