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quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Televisão e criatividade:

Entre as mais diversas produções, os diferentes programas e a influência dos avanços tecnológicos, a televisão brasileira conquista 60 anos de existência. É inegável que durante esse período ela teve, como qualquer outro meio, sua fase de sucesso, insegurança, lucro e perspectiva de futuro para os próprios criadores, produtores e diretores.
Desde que surgiu no Brasil, a televisão vem fazendo parte de toda a história do país. Com ela, grandes novelas conquistaram o público, telejornais atingiram pico de audiência, programas de auditório ficaram marcados para sempre e reality show se tornou moda na última década.

Apesar de tantas promessas, investimentos, tentativas e uma produção acelerada, qual é a realidade da TV brasileira? O que pode ser considerado bom ou ruim após seis décadas de trabalho? Que tipo de programa ainda chama a atenção dos telespectadores? O que é preciso mudar na grade de programação?

Em entrevista à revista Imprensa, na edição de setembro deste ano, (Boni) José Bonifácio de Oliveira Sobrinho – o mais conhecido diretor e produtor da televisão brasileira – falou das falhas que a TV vem cometendo, fez comparações entre as transmissões de décadas passadas e dos últimos anos.

Entre os pontos abordados na entrevista, é interessante perceber a concepção pouco criativa da televisão na atualidade. “Boni” deu destaque ao engessamento que a mesma desenvolve em sua programação. E, ainda mais, criticou a insistência de produtores com os programas policiais. Ao assumir um maior interesse pelo jornalismo, o diretor revela que hoje, se fosse criar televisão, se preocuparia com o factual, a análise e informação.


Aproveitando trechos da entrevista e o conteúdo discutido em sala, torna-se necessário um questionamento sobre o nosso modelo de programação, produção e conteúdo em televisão. A mesmice entre diferentes emissoras é resultado da falta de público (o questionador, que debate e se informa) ou da pouca criatividade dos produtores?

O objetivo, portanto, não é encontrar respostas para as poucas diferenças de programas nos canais de TV, mas compreender que a televisão vive um processo de insegurança e pouca qualidade. Afinal, com tanta tecnologia em produção, como explicar o fraco conteúdo dos programas e telejornais?
Um dos trechos mais importantes da entrevista é quando Boni responde sobre a mínima evolução da TV e de criatividade nesse meio: “O mercado evoluiu e talvez a televisão não esteja evoluindo. Caiu a criatividade e aumentou muito a popularização. A televisão ficou muito mais agressiva com o público, é uma gritaria. Eu fico desesperado. A televisão perdeu o seu tom”. 
Nesse contexto, a televisão mantém seu perfil de décadas passadas e, poucas vezes, consegue ser diferente. Os telespectadores, talvez os menos informados e críticos, não percebem o contraponto entre avanço tecnológico e pouco conteúdo.
A exemplo, é impossível não perceber o quanto alguns programas de carreira na televisão estão saturados e, devido a isso, nada que criem ou “inovem” conseguem satisfazer o público. Isto, portanto, é válido tanto para os telejornais, quanto para os programas de auditório.
Particularmente, o programa Domingo Legal do SBT, passou os limites de um programa de nível e civilizado. Às vezes, quando paro de ver um filme no domingo e visito alguns canais por curiosidade, me impressiono com a qualidade (ruim) do programa e me pergunto... Quem está sujeito a ver isso? Por que a falta de conteúdo ainda atrai telespectadores?
Outros diversos programas também se encaixam nessas condições e mesmo assim conseguem audiência e lucro para se manterem no ar. Mas, o principal problema, surge com a falta de interesse das pessoas em buscarem mais qualidade, melhores informações e, principalmente, conteúdo necessário e “saudável” para o próprio crescimento intelectual.
Sendo assim, tenho que discordar com os julgamentos constantes que ocorrem somente para os meios de comunicação, em especial, a televisão. Se há falha quanto aos produtores e programas exibidos nos diversos canais, também existe a realidade dos consumidores desses programas.
Tal consideração, nos leva a (re)pensar uma questão bastante importante: Quem é o principal culpado num sistema onde a produção de mídia e conteúdo objetiva, quase sempre, o entretenimento e pouco senso crítico?

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