Vote:

Páginas

Informação, opinião, filmes e fotografias:

- Particularmente, fazer postagem em blog é algo sério e interessante para o meu aprendizado. Por mais que o texto seja meramente um ''bom dia'' ou ''faz calor lá fora'', quero dizer que tudo têm um valor. É aqui que aprendo, erro e acerto. Gosto muito do meu blog, das postagens feitas desde o início e espero que você, leitor, encontre alguma coisa útil que lhe faça comentar ou criticar. Críticas (positivas ou negativas) são sempre aceitas e compreendidas. Pois, diga-se de passagem, é sempre bom ter um espaço pessoal e, supostamente, democrático.

domingo, 9 de novembro de 2008

O velho e o novo Jorge!

Jovem, bonito, inteligente, duvidoso, diferente(?), medroso. Esse era Jorge, um garoto simpático e ao mesmo tempo recheado de grosserias. Típico do interior e esperto quanto aos demais meninos da capital. Não que os do interior não fossem espertos. O fato é que os da capital aproveitavam mais oportunidades e consequentemente conheciam mais sobre a vida.
Jorge, portanto, não saía da rotina. Estudava e trabalhava. Os finais de semana sempre lembravam os finais anteriores. Horário contado, dia programado e dinheiro recontado. Energia sempre limitada, mas ele ainda encontrava força para um novo dia. A rotina sempre a mesma e ele nem percebia que a vida sempre continuava.
O tempo passava e ele - já com 20 anos e moço - nada havia conquistado. O máximo que possuía era o amor da família e dos amigos. Eu disse amigos, não colegas!
Não tinha carro, casa, moto, nem as melhores roupas. Mas tinha personalidade, consciência, vontade e um coração imenso que cabia muito mais coisas além da família. Então ... chegou o omomento em que a ficha foi caindo. Tudo ao seu redor foi sendo desvendado e o mundo passou a ser visto de um novo jeito, de uma nova forma.
Crítico, Jorge era suficientemente para defender suas próprias opiniões e crenças. As noites badaladas, os encontros das paqueras e a diversão alheia não interessava, pois, nada acrescentava em sua vida. Há daqueles que ousassem dizer que tudo da vida era experiência. As experiências até o momento, basicamente, não contribuíam em nada.
Quando acordou de seu sono alienado já era final de ano. O ano era 2008. As preparações para o natal já haviam começado. Naquele ano quase todos os domingos posteriores ao mês de maio eram nada mais que dias marcados para refletir sobre a vida.
Já no encerramento de 2008, houve um domingo - um dos últimos - que foi diferente. Bem diferente. O dia era 07 ... 08 ... 09 de novembro. Dia chuvoso, frio, triste para Jorge. Algo lhe incomodava, mas não saberia dizer o que era. O amor? a amizade? a cegueira? a tolerância? a ausência? a solidão? a falta de dinheiro? de bens? a mesmice?
A revolta mais uma vez bateu. Despencou, chorou ... chorou e gritou. O que adiantava? ninguém estava vendo, ninguém ouvia. Nem mesmo a família e os melhores amigos. Pensava, sentava, levantava, rodeava, olhava e analisava. A ficha realmente havia caído.
Resolveu esquecer os problemas na bebida e na maconha. Mas como? não tinha dinheiro.
O que mais queria era não dormir, porque se dormisse os problemas estariam acordados e nada poderia começar a se resolver. Quando acordasse seria segunda-feira e tudo iria se repetir. O negócio era pegar o ônibus.
No terminal da cidade observava, por trás do óculos, atentamente as pessoas que ali estavam ou passavam. Quem ali teria mais problema que ele? de quem seria os problemas mais graves?
Aquele final de ano já não oferecia expectativas e tudo poderia acontecer simultanêamente.
A única certeza era a de que o ano seguinte não daria novas ´´experiências`` e novas lições de vida, mas que todos os dias iriam ser curtos demais para um ser tão grande como ele. Não mais suportável era concordar com o famoso e velho ditado ... ´´dê tempo ao tempo.``

4 comentários:

  1. Saulo
    PERFEITO!
    Você tem um talento extraordinário.
    Beijos
    Angel

    ResponderExcluir
  2. Meu Deus ja descorbi o novo escritor da Rede Globoo..
    Perfeito demaissssssssssss

    ResponderExcluir
  3. Que bom que estão gostando. Fico feliz!
    Obrigado.

    ResponderExcluir
  4. Caro Jorge (ou Saulo?) gostei muito do seu texto, meus parabéns! Seu texto é daqueles em que a leitura não fica chata, pesada, é quase obrigatório terminar de ler.
    Continue assim. Fico feliz quando as pessoas finalmente se entregam à literatura, algo que estava escondido a muito tempo no ser, na gaveta, nas solidões...

    ResponderExcluir